Professora de Ed. Infantil e Psicóloga. Trabalha com escrita e leitura terapêutica. Também escreve poesias, contos, crônicas, resenhas de filmes e livros relacionando-os com temáticas da psicologia.
28/08/2016
Lembranças, vivências e lições
18/08/2016
Acreditar - Vital combustível para Crescer
O ato de desenvolver-se fisicamente flui a partir do nascimento
Mas para desenvolver o intelecto, deve-se buscar crescimento
E buscar crescer é entender que em seu ser é preciso ativar
Uma atitude simples, bela e positiva que se denomina: Acreditar
Ativada, seus efeitos desencadeiam uma série de bons acessos
É a chave que dá-nos ingresso à chance de progredir e ter sucesso
Acreditar em si, na vida e nos sonhos te faz alcançar o impossível
Esta atitude é uma virtude e, exercitá-la se tornou imprescindível
Seja no amor, em um mundo melhor, em Deus ou na humanidade
Ouça, pesquise, reflita, para assim acreditar com certa criticidade
Sem precisar desaprender a alçar voos nutrindo simples fantasias
Mas cientes que dedicação e trabalho garantem reais conquistas
Diante de momentos cotidianos costumeiramente tão adversos
Que há superficialidade e os relacionamentos são complexos
Mais que uma chave, acreditar se tornou um vital combustível
Modifica o conformismo fazendo crescer... Um ser indestrutível!
Música: Mais uma vez / Renato Russo - Legião Urbana
17/08/2016
Escrever, um vício
As palavras saltam tal como sai subitamente o singulto. Assim como este se caracteriza em uma contração espasmódica involuntária, o ato de transcrever meus pensamentos também o é. Na verdade, mesmo que minha mente esteja desabitada de ideias, meus dedos saem rabiscando alguma letra. É que escrever me é tão vital quanto respirar.
08/08/2016
01/08/2016
É errado rir de quem fala "errado"
"Os seres humanos nascem ignorantes, mas bastam anos de escolaridade para que eles se tornem estúpidos." (George Bernard Shaw) |
Clínico Geral que trabalhava no Hospital Santa Rosa de Lima em SP zomba de paciente nas redes sociais e é demitido.
Um médico de um hospital localizado no interior de São Paulo, em Serra Negra, zombou de um paciente pobre que falou de forma (in)correta as palavras pneumonia e raios x. Muitos dos comentários em sua postagem, reforçavam a piada feita pelo médico que só retirou a postagem quando o acompanhante do homem que falou tais palavras fez um comentário afirmando que o senhor em questão, possui uma fala humilde por não ter tido estudo e que ficaria bastante entristecido se soubesse que serviu de chacota.
É pela língua que o mundo acontece. Não existem os falares errados, o que existem são falares diferentes. Da mesma forma como o ser humano está em constante processo de mudança, e também o mundo está sempre mudando, a língua também varia. Desse modo, precisamos entender que a língua deve servir sempre como fator de aglutinação social e não de discriminação e exclusão (SANTOS, 2012).
Sabe aquelas pessoas que falam bicicreta, craro e probrema? Isso é uma característica de dislalia. A dislalia é um distúrbio da fala, caracterizado pela dificuldade em articular as palavras. O dislálico omite ou acrescenta fonemas, distorce-os ou troca-os. A dislalia pode ser causado por perturbações orgânicas ou funcionais. A primeira refere-se aos problemas de má formação das inervações da língua, da abóbada palatina e de qualquer outro órgão da fonação ou devido a uma fissura no lábio, o que se conhece como lábio leporino. Também pode ser devido a um freio lingual muito curto ou muito grosso. A Dislalia Funcional tem a ver com hereditariedade, imitação e/ou alterações emocionais. Ocorrendo um déficit na discriminação auditiva e déficit na estimulação linguística além de ser mais comum em crianças hiperativas. A ignorância sobre o distúrbio leva as pessoas que o tem, a sofrerem bullyng. Os "erros" da fala para a escrita também são comuns, por isso, a criança dislálica muitas vezes tem problemas educacionais por conta da escrita. É necessário um tratamento fonoaudiológico e isso requer recursos financeiros para realizá-lo.
O paciente atendido pelo médico foi um um mecânico de 42 anos, não se pode afirmar que o senhor pode ter um quadro de dislalia, mas o que eu quero enfatizar é que nós não temos o direito de julgar o comportamento do médico que riu do senhor uma vez que muitas vezes fazemos o mesmo com os "erros" alheio. Ocorreu um pedido de desculpas por parte do médico, não sabemos se foi por pressões sociais, por receio de possíveis processos ou por arrependimento mesmo. Em muitas postagens e notícias que foram feitas em crítica a este caso, o médico foi acusado de faltar com ética e ter sido preconceituoso. Mas frequentemente internautas compartilham postagens nas redes sociais que ridiculariza quem fala errado, então não é compreensível o motivo da revolta ou do fingimento dela.
Somos pessoas incoerentes e contraditórias, agimos muitas vezes como o doutor agiu. Fazemos chacota de quem fala errado. Passou da hora de entender que o que importa não é a forma de como se fala, mas o fato de sermos capazes de nos comunicar. Não existe certo ou errado quando se trata de comunicação. Você entendeu o que foi dito mesmo que tenham dito errado? Então não amole! Corrija, com humildade e não humilhe. Falar errado só está errado quando o receptor não compreende a mensagem.
A linguagem coloquial difere da norma culta e esta é imprescindível para a prática da escrita, contudo o português é uma língua linda, porém cheia de complexidade e, ter um vocabulário escorreito não é tão simples.
O padrão de uma linguagem é a comunicação e o que existe é o falar de acordo com a imposição de uma classe social dominante para discriminar socialmente as pessoas. Porém, é certo que o português, o espanhol, o francês, o romeno e o italiano nasceram do "falar errado" o latim clássico. Se a ralé não falasse "errado" o latim clássico, tais línguas não existiriam (Toledo (Pr), abril de 2007).
É errado rir de quem fala "errado". O médico fez o que muita gente faria, inclusive a zombaria em rede social. É feio rir dos outros. O doutor ganhou uma justa causa. Espero que agora ele tenha aprendido. Espero que agora nós tenhamos aprendido.
Referências:
CLUBE DA FALA - Oratória e Fonoaudiologia. Dislalia (Troca de letras). http://www.clubedafala.com.br/fonoaudiologia/dislalia-troca-de-letras/. (Acesso em 01 de Agosto de 2016).
SANTOS, João Cabral Rodrigues. Existe falar certo e falar errado? Variedades linguísticas no Brasil. http://www.junipampa.net/2012/11/existe-falar-certo-ou-falar-errado_22.html. (Acesso em 30 de julho de 2016).
TOLEDO (Pr), abril de 2007. Falar certo e falar errado. http://acslogos.dominiotemporario.com/doc/FALAR_CERTO_E_FALAR_ERRADO.pdf. (Acesso em 30 de julho de 2016).
|