Produzida na Austrália, a série conta a história de um grupo chamado Tidelands que possui alguns poderes especiais por serem filhos de sereias. Na série, as sereias são criaturas que com o seu canto atraem os pescadores para o mar e, após terem relações com eles, engravidam, os matam e abandonam seus filhos nas rochas. Neste seriado, as sereias se apresentam como monstros do mar e não têm uma aparência agradável como em outras histórias do gênero.
A série se inicia com Cal McTerr (Charlotte Best) que após sair da prisão, tenta retomar sua vida na cidade onde morava e, ao descobrir que possui poderes especiais como os Tidelands que são metade humano e metade sereia, vai até o grupo a fim de descobrir mais sobre si mesma.
Os Tidelands vivem em uma comunidade isolada da cidade e se sustenta fazendo negócios com os pescadores locais, que inclui o comércio de drogas. A líder Adrielle (Elsa Pataky) está disposta a fazer de tudo para proteger sua tribo, no entanto, tem interesses pessoais que esconde de todo o grupo.
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Elsa Pataky como Adrielle Cuthbert, líder dos Tidelands
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É uma série interessante, tem uma história bem aventureira, intrigante, mas há uns excessos tanto em relação à violência, quanto ao cunho sexual, que ao meu ver, são apelativos (todo mundo pega todo mundo), mas talvez faça parte da trama, já que os Tidelands são criaturas sensuais, poderosas e perigosas.
O ator brasileiro Marco Pigossi, tem um papel de destaque na série, ele interpreta o braço direito de Adriel.
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Os atores Marco Pigossi (Dylan) e Charlotte Best (Cal McTeer)
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O que possibilita a discussão da Categorização Social através da temática da série, é o conflito enfrentado pela protagonista que teve a missão de descobrir quem ela era, de onde vinha e qual sua verdadeira história de vida.
A partir do momento que Cal detecta que possui habilidades sobrenaturais e identifica-se com os Tidelands, diferencia-se dos demais seres humanos. Dessa maneira, é pertinente comentar sobre a Categorização Social.
A categorização é um processo que facilita e simplifica a organização dos objetos, pessoas, ideias, acontecimentos, instituições etc, agregando-os em grupos por suas características comuns. Podemos conceituar a categorização social como uma forma sistemática de organização que permite comparar os indivíduos identificando-os e agregando-os.
Segundo estudiosos, a categorização social possibilita ao indivíduo saber sua posição na sociedade, por meio do grupo ao qual pertence. Assim, o indivíduo adquire consciência de sua identidade social e esse conhecimento traz significados emocionais. Essa percepção das semelhanças e diferenças pessoais com um determinado grupo, recebem os nomes de assimilação intracategorial, que se refere a minimização das diferenças e a diferenciação intracategorias que é a maximização das diferenças.
A categorização social representa, portanto, uma atividade cognitiva que envolve o agrupamento (formação de categorias), o auto posicionamento em uma ou mais categorias (inclusão), a diferenciação entre categorias (contraste), a escolha de um foco central de cada categoria (protótipo) e a determinação das distâncias existentes entre os vários objetos agrupados e o seu protótipo (grau de tipicidade).
Como apontou Taifel, grande estudioso desta temática, o indivíduo tende a afiliar-se em um grupo, quando este é capaz de lhe fornecer alguns aspectos satisfatórios para a sua identidade.
E a partir desta afirmação, o autor propôs que a categorização social tem 3 componentes psicológicos: Cognitivo, Avaliativo e Emocional. O primeiro é a compreensão do indivíduo de sua pertença a uma categoria social, a segunda é a avaliação que este faz numa dimensão de valor e a terceira se refere as consequências emocionais dos componentes anteriores no indivíduo. Estes três componentes formaram a base da identidade social do indivíduo.
Percebe-se estes conflitos na personagem Cal, quando esta descobre não ser um ser humano comum após identificar-se com o grupo Tidelands; assimilar as similaridades existentes entre eles e a diferenciação dos demais humanos, além dos conflitos emocionais decorrentes desta descoberta.
2 comentários:
Eliziane como consegui viver tanto tempo sem o seu blog? Menina eu AMEI a tua maneira de escrever e explicar! Ja estou seguindo e vou ficar ligada para ir lendo e aprendendo cada vez mais com voce. Beijinhos!
Grata pelo comentário, Cele! Meu blog mudou para www.elizianedias.com.
Abraço!
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